Quando se sabe que o caminho é só um, de nada vale negar. A aceitação e o viver abertamente com ele é um passo que se vai tornando uma parte integrante do ser. Este espaço é uma mera transcrição de uma (trans)mutação em tempo real, num espaço de tempo pré-determinado, que resultará na produção de mais uma loucura. Nesse dia, este trabalho estará realizado e cessará as suas actividades.

Thursday, February 03, 2005

“De que serve a sanidade se ela apenas encerra dentro dela a sua loucura?”

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Se a sanidade encerra dentro dela a sua loucura sera que existe sanidade? Sera que loucura?
Como podemos nos defenir por oposicoes; louco/sao; se na vida nada e puro, tudo se mistura?
Se eu tenho sempre loucura em mim posso alguma vez chamar-me sao? Se todos temos loucuras na sanidade posso algum dia afirmar-me louco?
E qual o mais louco o que se afirma sao ou o que se afirma louco?

5:28 AM

 
Blogger Onun said...

"Somos todos um pouco insanos e a isso se chama sanidade.
A dualidade sao versus insano não é a questão, a questão é mais na perspectiva de tentarmos ou obrigarem a se ser sano, o que quer que isso seja, mesmo quando a pessoa que o diz não é, na sua totalidade, ninguém o é, ninguém o consegue ser.
Para além disso, alguns só aceitam alguns tipos de insanidade e o resto é considerado insano, como outras vozes defendem o oposto e outras uma mistura deles and so on ("cada cabeça sua sentença"?).
Mas esta conversa é um desvio do essencial, do âmago sobre a loucura que a sanidade encerra. Quem o nega ou o afirma é indiferente. Não o aceitar ou para quem a aceita mas pretende com isso que os outros lhe sejam iguais é que é preocupante. Isto porque qualquer um deles parte do pressuposto que a sua perspectiva é que é a mais sana, e isso existe? Tal como a verdade ou a sua possibilidade, humana, de a conter?"

6:47 AM

 
Blogger Ciliegia said...

Ao anónimo:
«E qual o mais louco o que se afirma são ou o que se afirma louco?»
O primeiro é psicótico; o segundo é neurótico. Em psiquiatria, sendo saudável o neurótico, o doente é o que se afirma são! Em psicologia, na minha definição de sanidade/loucura ou, como queiram, normal/anormal, todos o somos! (Somos o quê?!) Insanos e sadios, quando revelamos adequação do comportamento perante o próximo – perante o próximo, claro. Sozinhos não existíamos pelo tédio de não se ser insanamente sadio ou saudavelmente insano! Os conceitos são apenas taxinomias confortáveis de quem, um dia, acordou sentindo-se megalómano e, realmente, com dinheiro!

11:58 AM

 
Blogger Ciliegia said...

Taxonomias - perdão!

;*P

11:59 AM

 

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