Quando se sabe que o caminho é só um, de nada vale negar. A aceitação e o viver abertamente com ele é um passo que se vai tornando uma parte integrante do ser. Este espaço é uma mera transcrição de uma (trans)mutação em tempo real, num espaço de tempo pré-determinado, que resultará na produção de mais uma loucura. Nesse dia, este trabalho estará realizado e cessará as suas actividades.

Thursday, March 03, 2005

“Não me dêem mais realidade. Por hoje chega. Não gosto de viver cá em baixo, na vossa realidade, isso deprime-me. Soltem-me dela, deixem-me livre e a flutuar nos meus pensamentos…lá em cima, por cima dos telhados, entre os pássaros e os aviões que atravessam os céus…”soltou ele enquanto lhe contava alguns acontecimentos na minha vida que me preocupavam. Deu meia volta e foi para o jardim. Fiquei sozinho com aquelas suas afirmações e pensei se a Loucura não era uma fuga à realidade, não como acto de cobardia mas mais como uma condição fisiológica que provocava neles, os Loucos, uma percepção mais intensa do que acontece à nossa volta. E a fuga era a única solução para não se sentirem isolados dos outros, pois na verdade toda as pessoas vivem apenas a sua realidade virtual. Eles, os Loucos, é que tinham a infeliz percepção de que o faziam conscientemente.

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