Quando se sabe que o caminho é só um, de nada vale negar. A aceitação e o viver abertamente com ele é um passo que se vai tornando uma parte integrante do ser. Este espaço é uma mera transcrição de uma (trans)mutação em tempo real, num espaço de tempo pré-determinado, que resultará na produção de mais uma loucura. Nesse dia, este trabalho estará realizado e cessará as suas actividades.

Tuesday, May 17, 2005

Continuo a transportar a vida dele, desde o dia que me a entregaram nesta forma, em pedaços de papeis, para onde quer que vá.
Os pedaços da vida dele estão espalhados pelo meu caderno de anotações, tal como a vida dele, caoticamente e sem nenhum aparente nexo. Uns ocupam páginas inteiras, alguns outros estão colados com fita-cola, outros soltos e outros ainda colados a outros pedaços, formando teias de relacionamento, que só a mim aparentam algum sentido.
Parece um emaranhado sem nexo e ilógico. Mas para mim existe uma linha orientadora por debaixo, que me é ininteligível na racionalidade que as palavras transportam mas da qual apenas consigo atingir através dos sentidos. Eles, os sentidos, sentem-se reconfortados naquela teia de palavras e relações que são os pedaços da vida dele…a vida dele para mim. O que restou dela e do seu caminho… talvez semelhante ao de todos nós. Sem qualquer espaço dentro da racionalidade instituída pelo próprio humano.

“Eu sei que estes rascunhos que escrevo, sentido não aparentam fazer. Mas é essa noção de teias de relações invisíveis que pretendo explorar e espalhar. Não precisam de ter lógica ou aparentar. Elas existem mesmo que não visíveis ou possíveis de demonstrar através da comunicação. Pode parecer irracional e até mesmo loucura afirmar isso, mas se olharmos vemos que é essa irracionalidade, racional, que nos liga uns aos outros.”

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